Loja de chocolates finos aproveita Páscoa para aumentar faturamento

Marcela Monteiro de Carvalho
JBO/Maurício Maron

As barras de chocolate goumert das empresárias Marcela e Manuela Tavares Monteiro de Carvalho já fazem sucesso entre os consumidores desde janeiro de 2011, quando inauguraram a loja Cacau do Céu, na Avenida Soares Lopes, principal cartão-postal de Ilhéus, no Sul do estado. Agora, no período da Páscoa, a expectativa das sócias é aumentar ainda mais as vendas, com um incremento de 30% no faturamento.

 

Para atrair, principalmente, as crianças, as empresárias investiram em formatos com temática da época. Ovos, coelhos, cenourinhas, carrinhos de chocolate embelezam as prateleiras da loja e estimulam, para além do paladar, o olhar do público. “O produto tem que ser atrativo não somente pelo sabor e qualidade, mas, também, pelo bom gosto na embalagem. A intenção é tornar o chocolate um bom presente para qualquer ocasião, pessoa e idade”, revela Marcela.

A marca já produz barras de chocolate, bombons, trufas, pães de mel, brownies e uma grande variedade de kits de presentes. De primeira loja do gênero em Ilhéus a um empreendimento de sucesso que produz, em média, 180 quilos de chocolates finos por mês, e emprega quatro pessoas, a Cacau do Céu foi inserida no projeto da Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau, coordenado pelo Sebrae. “Participamos do Programa de Competitividade, uma parceria Fieb / CIN e Sebrae, com vistas a validar as etapas do Plano de Ação da empresa, além de identificar possíveis novas demandas de mercado”, destaca Marcela.

Hoje, a empresa atua apenas na venda direta ao consumidor que frequenta a loja, além de mercados corporativos e eventos, mas a ideia é avançar. “Temos alguns planos, que estamos mantendo em sigilo. Estamos fazendo uma pesquisa de mercado”, informa Marcela. No futuro, a dupla pretende investir no mercado de franquias da marca.

História de família - Bisnetas de Misael Tavares, um tropeiro que no início do século passado se transformou no maior produtor individual de cacau do mundo, um Coronel do Cacau, as irmãs Marcela e Manuela são a quarta geração de uma família que tem o fruto como principal fonte de renda. A convivência com o avô e o pai deu subsídios para o conhecimento da cadeia produtiva.

“O cacau sempre foi o principal produto que sustentou a região. Mas, infelizmente, com a doença ‘vassoura de bruxa’, começaram as dificuldades para todos os produtores da região”, detalha Marcela. “Hoje, creio que o cacau é muito mais que uma simples commodity, mas a matéria-prima para outro negócio que vem crescendo na região, que é a produção do chocolate fino, e é nele que estou confiante”, completa.

Para chegar a esta conclusão, ela precisou passar uma temporada morando no Canadá, em 2008. Na época, trabalhava com Comércio Internacional numa empresa do polo de informática de Ilhéus. “Um dia, vendo o catálogo de uma faculdade de Toronto onde tinha um curso de chocolate, tive um insight e resolvi mudar de atividade. Então, pensei em começar a trabalhar com uma paixão de infância”, explica. Desde a época da escola, Marcela fazia ovos de Páscoa para vender, mas foi morando no exterior que viu nisso uma atividade prazerosa e de futuro.

Derivados de cacau - O projeto Indústria Setorial Ilhéus já beneficia 40 micro e pequenas empresas do Sul da Bahia com ações subsidiadas em até 80% para suporte de gestão, tecnologia e mercado. O projeto tem parceria do Instituto Cabruca, Instituto Arapyau, Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Associação Cacau Sul da Bahia, Sindicato Rural de Ilhéus, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Convention Bureau e Associação de Turismo de Ilhéus.

A coordenação do projeto na unidade regional do Sebrae Ilhéus é do técnico Eduardo Benjamim Andrade. “Desenvolvemos programas de sensibilização e capacitação para os produtores em oficinas, palestras e reuniões de grupos com interesse comum no setor, ajudando a promover seus produtos”, explica Andrade.